terça-feira, 6 de maio de 2008

RELEASE: A 4ª Guerra Mundial - Documentário

O filme “A 4ª Guerra Mundial” é um resultado de dois anos de filmagens dentro dos movimentos de resistência em cinco continentes. O documentário produzido em conjunto com a rede global de mídia independente e grupos ativistas, trata de uma guerra contínua de resistência contra o modelo Imperialista norte-americano, a política do terror, da guerra, o modelo neoliberal e consequentemente as formas de organização sociais vigentes na chamada era da Globalização Corporativista.

Passando pela África, Canadá, Coréia do Sul, Itália, México e Argentina, o filme redesenha o mapa econômico mundial, destacando o fechamento de fábricas no Norte em contraponto ao surgimento de novas fábricas de regime de escravidão no Sul, camponeses sendo forçados a deixar suas terras, fazendas familiares sendo trocadas por companhias agrícolas, pequenos comércios destruídos pelas gigantes lojas em rede.

O filme contextualiza todo o processo pelo qual foi aguçada a lógica de produção capitalista e a exploração dos povos. Neste contexto, a produção aponta uma profunda crise das políticas neoliberais ao longo de muitos anos em todos os cantos do mundo. Na América Latina, por exemplo, a política neoliberal passa a ser implementada ainda durante as ditaduras militares em todos esses países. Destaca-se ainda a importância de movimentos historicamente organizados em torno de lutas populares em todo o mundo.

O filme vai até a Coréia do Sul onde reproduz imagens da primeira luta em massa contra a Globalização Corporativista no mundo. Cerca de 12 milhões de trabalhadores organizados pela KCTU (Confederação Coreana de Sindicatos) anunciam uma greve geral por tempo indeterminado por conta da aprovação de uma nova Lei do Trabalho, aprovada na calada da madrugada pelo parlamento Sul-Coreano.

Passando pela África do Sul, o filme contribui com um resgate histórico de todo o período do Apartheid, passando pelo processo de transição democrática liderado por Nelson Mandela. A partir daí o roteiro aponta todos os acordos entre o governo da ANC e o FMI, e a instauração de um programa de ajuste estrutural, exigido pelo Fundo; gerando com isso uma enorme mobilização popular que dura até os dias de hoje resistência histórica contra o Império.

Na Argentina, destaca-se a ditadura militar que desapareceu com mais de 30.000 jovens que lutavam por liberdade. Daí o surgimento da Associación Madres de Plaza de Mayo. E ainda passa por tempos recentes, como o colapso econômico que se deu em 2001, causado pelas políticas do Fundo Monetário Internacional (FMI) e pelos lucros exorbitantes das grandes corporações. O peso argentino passa de uma relação de $1 = U$1 para $ 3,30 = U$ 1, fazendo com que a população saísse às ruas e promovessem a discussão do modelo econômico e social vigente. É importante lembrar que toda esta mobilização mostrada pelo filme faz uma forte relação ao sistema global.

A narrativa também se encontra em Québec, no Canadá, em manifestações contra uma reunião de 34 presidentes numa fortaleza a portas fechadas para negociação sobre os termos da Alca; passando pelo México na organização do Exército Zapatista de Liberação Nacional contra as políticas do Nafta (Tratado Norte-Americano de Livre Comércio) firmado em janeiro de 94 entre EUA, México e Canadá; e chegando aos tempos de hoje, tratando da invasão norte-americana no Iraque desde 2003 e a resistência dos povos iraquiano e palestino nos conflitos do Oriente Médio.

O documentário passa pelos cinco continentes destacando o processo de ruptura dos povos com o modelo neoliberal, a política imperialista e todas as formas de governo que defendam a era da Globalização Corporativista e uma conseqüente ostensiva por parte do estado numa política de terror em relação à sociedade civil.

Ainda retrata a grande mobilização formada em todo o mundo, o forte nacionalismo que nasce a partir de então, causado pela intervenção bruta dos mecanismos mundiais de controle econômico como FMI e OMC e de uma guerra que se torna um fim em si mesmo, impossibilidade de reprodução das políticas de sustentação da burguesia. Por fim, deixa para o espectador palavras de ordem que soam em todos os lugares do planeta como “el otro soy yo” e “ya no es tú, ahora eres nosotros”, palavras que nascem no seio de uma batalha do homem contra si mesmo.

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